“Ter fé é acreditar nas coisas que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita.”
Agostinho
Comecei a ter contato com pensamentos de Agostinho durante a leitura do livro “Confissões do Pastor” do reverendo Caio Fábio. De alguma forma senti a tentativa de uma certa sintonia no que diz respeito às experiências do passado, não no sentido deles terem vivenciado fatos semelhantes, mas no que tange a terem tido (ambos) contato com o pecador que se é. Costumo diz que antes do indivíduo encontrar-se com Cristo, ele deve encontrar-se com outra pessoa, a saber, o pecador que se é.
O livro confissões de Agostinho, santo para alguns, pai da igreja para outros, e aqui digo – sinceramente isto não me incomoda nem um pouco – é um livro com caráter autobiográfico. Nele o autor relata o caminho que percorreu para encontrar-se com Cristo, e não poupa o relato dos erros cometidos, pecados e equívocos do coração. Como eu sempre gostei de testemunhos, a narrativa de Agostinho me conquistou. Acho fascinante conhecer o caminho que Deus percorreu na vida de um homem para que esse se convertesse e se encontrasse que seu filho que é o caminho, a verdade e a vida. Quando analisamos os testemunhos, percebemos que para cada indivíduo um caminho personalizado foi feito pelo Senhor.
Mas, Confissões não é simplesmente um livro testemunhal. Trata-se de uma obra filosófica de considerável estima pelos amantes da filosofia. Se você, assim com eu, gosta de ler sobre questões filosóficas, certamente se deliciará com as considerações de Agostinho sobre o tempo. A meu ver, quem intentar estudar sobre o tema tempo, terá necessariamente que ler o que esse homem escreveu.
Sei que “Confissões” não é um livro de leitura fácil, principalmente quando as narrativas autobiográficas dão lugar à filosofia que o autor apresenta, no entanto, se você persistir não poderá dizer que nada entendeu, pois certamente algumas coisas “grudarão” em você, levando-o a sentir-se amado e próximo de seu criador que nos tirou da eternidade e nos lançou para dentro do tempo. Por fim, ele mesmo, nos tirará das contingências do tempo presente, e nos levará de volta para o lugar do não tempo, a saber, a própria eternidade com Ele.
Celso Melo
Ipatinga/MG
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