Esta expressão e sua forma significativamente semelhante – tempo do fim – podem ser encontradas nas escrituras cerca de vinte vezes. De forma geral, sabemos que ela significa tempo do fim, tempo do juízo, volta de Jesus, etc. Portanto, dizer que estamos nos últimos dias significa dizer o tempo do fim se aproxima. Breve virá o Senhor e se dará o desfecho de todos os acontecimentos escatológicos; em especial, aqueles que culminarão nos mil anos de paz – o milênio de Cristo.
Quero que você me acompanhe num entendimento diferenciado desse que acabei de apresentar acima. Para isso, leremos parte do discurso de Pedro no dia de Pentecostes. Em Atos 2.17 ele disse: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos”. Observe que Pedro cita Joel 2.28. Ele também interpretou a descida do Espírito Santo como sendo para os últimos dias, de forma que a era da igreja vai de encontro com a descida do Espírito no dia de Pentecostes e também com os últimos dias. Em outras palavras a igreja vive no tempo escatológico reconhecido como os últimos dias.
Agora vamos avançar um pouco mais. Imagine que um inseto, ao nascer, Deus lhe estabeleça seis dias de vida. No primeiro ou segundo dia de sua curta vida ninguém pode dizer que ele esteja nos seus últimos dias, não é mesmo? Quando ele estiver vivendo no terceiro dia de sua vida, ele estará exatamente na metade dos seus dias. No quarto, ele já estará a caminho da etapa final da sua vida, embora ainda esteja próximo da etapa limítrofe que marcou o meio de sua vida, correto? Bom, restam-nos, o quinto e sexto dias. Esses dias sim, a respeito deles, podemos dizer que são os últimos dias da vida do inseto.
Se você compreendeu a analogia acima, saiba que é exatamente uma analogia que criei para apresentar a realidade do tempo que Deus deu ao homem para viver aqui na terra. Assim como Deus criou o mundo em seis dias, ele deu também ao homem seis dias para trabalhar. O sétimo é o descanso do Senhor e representa para nós (hoje) o milênio que serão mil anos de paz. Em Colossenses 2.16,17 Paulo diz-nos claramente que o sábado e os dias de festas judaicos eram sombras das coisas que haviam de vir, de forma que o sábado realmente é uma tipificação do milênio. Ele é o descanso que resta para o povo de Deus (Hb 4.9).
E quanto aos seis dias da criação e os seis dias de trabalho do homem? Esses dias apontam para o período de seis milênios, conforme palavras de Moisés e Pedro. Vejamos: “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite” (Sl 90.4). “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3.8).
De modo geral, podemos dividir os seis mil anos da seguinte forma: De Adão até Abraão, dois mil anos. De Abraão até Jesus, mais dois mil; e de Jesus até nós, outros dois mil. Acho marcante e profético para nós, o fato da história apresentar-nos esta divisão, a saber: Antes e depois de Cristo. Resumindo, estamos no final do sexto dia, isto é, do tempo que Deus deu ao homem para trabalhar sobre a terra. E se você me perguntar: “Mas, nós já passamos do ano 2000 (2017 quando escrevo) e o fim não veio. Por que será?”. Bom, eu não tenho todas as respostas (rs), mas isso também é compreensível. Ainda pretendo escrever sobre o tempo da igreja aqui na terra, quando então olharemos para esse aparente “anacronismo”.
Um grande abraço a todos,
Celso Melo
Ipatinga – MG
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