“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar e o caminho do homem com uma donzela” (Provérbios 30:18-19).
Os versos acima estão entre os destaques comparativos presentes em provérbios 30. A lógica é a seguinte: O escritor lista três coisas grandiosas para ele (por alguma razão) e depois, expressa uma quarta que é grandiosíssima. A estrutura pode ser exemplificada assim: “Vou te contar três novidades; mas se prepare, porque a quarta, você vai ficar maravilhado”. Retomando os versos acima, eu até posso imaginar a beleza de uma águia voado ou o mistério de um navio que se perde no horizonte, mas o caminho de uma cobra numa rocha, para mim, fica difícil de imaginar: tenho aversão por esse animal (rs). Bom, não é essa a questão! O que importa mesmo para nós é a quarta, a saber, o maravilhoso caminho de um homem com uma donzela.
Escrevo este texto, ousando contribuir para a reflexão da beleza do relacionamento a dois. Precisamos retomar a consciência do encanto que há na relação entre um homem e uma mulher. A proposta de Deus ainda está de pé: “O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor” (Provérbios 18:22). Numa sociedade líquida na qual os relacionamentos são fluidos e escorrem pelos dedos, vemos o quanto é difícil a sustentação de um desejo focado. Se você que me lê agora, é um jovem cristão, moça ou rapaz, imagino que encontrar alguém para viver a vida e servir ao senhor junto com essa pessoa, possa fazer parte dos seus planos, não é mesmo? Assim, talvez você possa estar se perguntando sobre como fazer para fugir dos relacionamentos descartáveis e encontrar alguém que faça – o caminho a dois – ser “maravilhoso”.
Bom, não pretendo passar nenhuma receitinha de bolo para você, mas dar apenas uma contribuição que julgo ser essencial. Minha contribuição tem a ver com o conhecimento da verdade pela não verdade, ou seja, procure conhecer as motivações erradas para encontrar alguém, em primeiro lugar. Ouvindo uma história aqui, outra ali, não é difícil perceber as principais motivações equivocadas – na juventude cristã – para o casamento. Assim, tome cuidado para:
1-Não construir seu “maravilhoso” caminho, unindo-se a alguém, simplesmente porque você quer sair da casa dos seus pais, ter sua “liberdade e independência”.
2-Não unir-se a alguém que diz amar muitíssimo a obra de Deus e que, por isso, quer um companheiro para que, juntos, cumpram tarefas no reino, ou seja, façam a obra de Deus juntos.
3-Não construir seu “maravilhoso” caminho com alguém que faz do prazer sexual sua primazia na vida. Às vezes, essa prioridade se passa até como uma justificativa santa, quando se diz que quer se casar para não “pecar” contra o Senhor.
Ao contrário das motivações erradas acima, pense no maravilho caminho, como sendo:
- Maravilhoso no mistério da escolha como etapa presente no tempo da espera.
- Maravilhoso no encanto do primeiro olhar, das primeiras conversas, dos primeiros encontros.
- Maravilhoso na decodificação dos sinais iniciais que destacam a possibilidade de um amor mútuo.
- Maravilhoso pelo esforço inicial feito para capturar a imagem do rosto de quem agora se deseja.
- Maravilhoso no estabelecimento de planos e projetos para o futuro.
- Maravilhoso na descoberta mútua de defeitos e manifestação recíproca do desejo de tornar o outro melhor.
- Maravilhoso na caminhada conjunta, com vistas a lugares comuns e vivências compartilhadas.
- Maravilhoso no uso de palavras que encantam, que fazem o dia ser melhor.
- Maravilhoso na descoberta mútua de sexualidade como desfrute respeitoso e renovador.
- Maravilhoso, maravilhoso, maravilhoso…
Todas as maravilhosas acima são apenas faces de descobertas contínuas. Não podemos declinar do projeto maravilhoso que é a família. E ela começa com este maravilhoso caminho – o caminho de um homem e uma mulher. Vejo que aqueles que deixam à cargo do algoritmo de aplicativos de relacionamento como Tinder (e outros mais) o processo de escolha, estão roubando de si mesmos boa parte do encanto das maravilhosas que podemos imaginar entre um homem e uma mulher. E você? Em que nível está na descoberta e vivência desta quarta maravilha apresentada em provérbios?
Celso Melo
Ipatinga / MG
Deixe um comentário