Orar com o coração grato e crer na liberdade de Deus em nos abençoar da forma que Ele quiser, usando os recursos e caminhos que sua soberania determinar, parece ser estranho para a maioria dos cristãos. Muitos são os que tentam ensinar Deus a como ser Deus em suas vidas. A oração para esses, já não é um exercício de comunhão, mas sim um ato de definição dos seus termos diante de Deus.
Frequentemente os filhos de Deus “cometemos” dois tipos de erros na nossa vida de comunhão com Deus com respeito à oração: Primeiro – Oramos pra Deus fazer coisas que é da nossa responsabilidade agir e fazer. É assim que oramos para Deus visitar e curar os enfermos. Oramos para que Ele visite as prisões e fale aos corações ali presentes. Pedimos para Ele salvar os incrédulos, vestir, abrigar e alimentar os famintos e necessitados. Sei que pode parecer estranho, mas há momentos que Deus não quer ouvir nossa oração. Quer mesmo é presenciar a nossa atitude. “Então, disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14.15).
Mas não paramos neste erro. O segundo que cometemos é exatamente o contrário do primeiro, ou seja, nós procuramos agir, fazendo coisas para as quais deveríamos orar primeiro, esperando o mover de Deus a nosso favor, nos dirigindo. Exemplos: Mudança de residência, às vezes, envolvendo até mesmo outra cidade ou estado. Ida pro exterior à procura de trabalho e fixação de residência. Estabelecimento de namoros, e construção de vínculos afetivos, sem discernimento algum. Casamentos sem observação dos princípios da Palavra de Deus. E a lista continua…
A consequência de se ter essas posturas errôneas na relação com o Senhor acaba sendo o extremismo cristão presente na vida dos que espiritualizam de forma absoluta os assuntos da vida, dando a eles uma conotação quase que unicamente espiritual, e também o extremismo presente na vida dos que oram pouco e agem muito. São crentes que estão sempre com pressa e agem, como se Deus sempre precisasse da iniciativa humana para fazer alguma coisa.
Mas, o que o inimigo não gosta mesmo, é de cristãos equilibrados. O equilíbrio cristão nas coisas da vida é o caminho de Deus para o amadurecimento da nossa comunhão de fé com Ele, e é exercitado a partir da oração. Depois, vem o agir em conformidade, ou seja, “ao levantar de joelhos, comece a responder suas próprias orações.” Mas não com a força “do seu braço ou o poder da sua influência.” Tenha o discernimento adequado e saiba o que Deus quer que você faça. Quem se dispor a seguir por esse caminho trilhará o caminho da sabedoria e entenderá na prática as palavras do Salmista que disse: “Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Sl 40.1).
Que Deus nos abençoe! Que sobre nós venha mais disposição para orar e também mais disposição para agir, em conformidade com o poder e direcionamento recebidos na própria oração. Amém!
Celso Melo
Ipatinga – MG
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