Precisamos falar sobre estabilidade. Você a deseja, não!?
Lembro-me de ter terminado o ensino médio. Minha corrida pelo trabalho e emprego tinha começado um pouco antes, mas agora ela estava se intensificando. Se você é um adolescente ou jovem adulto como eu fui, certamente odiará algumas perguntas terríveis, tipo: “Como andam as coisas?”. “O que você tem feito?”.
Indagações como essas trazem nas entrelinhas do discurso, a curiosidade das pessoas referente ao fato de você estar trabalhando ou não, entende? Sim, eu sei que você entende, mesmo se você já correu essa corrida; e nem se lembre mais.
Quando o assunto do emprego está em pauta, o que as pessoas querem mesmo é a famosa estabilidade. Muitos não querem trabalho. Querem emprego; e mais do que um simplesmente emprego – querem a estabilidade do emprego.
Hoje, quero provocar você neste sentido. Fique aqui comigo.
O que surge na sua mente quando pensa em estabilidade? Imagine que esteja fixando um suporte de TV na parede. Um suporte fixado corretamente deve proporcionar estabilidade para sua TV, correto? Isso significa: segurança, despreocupação, apoio firme, tranquilidade e certeza de algo. Nesse exemplo, a certeza de que a TV não irá cair.
Na minha vida, eu fiz essa corrida e fui efetivado em uma empresa pública através de concurso público. Consegui (entre aspas) a estabilidade pretendida. Digo entre aspas, porque – se formos parar para pensar – ela não existe. São muitos os motivos e situações que podem fazer com que você deixe de estar no ambiente em que você “jurava” estar estável.
Mas, quero aprofundar e levá-lo a entender outras dimensões da estabilidade. Lembre-se: estabilidade é essencialmente – segurança. É o que nos traz firmeza para prosseguir e tranquilidade para ousar.
Não tem muito tempo que meus pais partiram. Confesso que nunca pensei que o luto fosse algo tão duro de se suportar e romper. No meu caso, a situação se agravou, porque a distância temporal entre a morte da minha mãe para a morte do meu pai, foi de apenas cinco meses. Durante todo esse processo de cura interior e recuperação das minhas forças, tenho percebido o quanto a presença dos meus pais me tranquiliza em relação a uma série de fatores e áreas da minha vida. À semelhança daquele que diz “eu era feliz e não sabia”; hoje, vejo que eu tinha estabilidade e não sabia. Sim! A simples presença deles dentro do “lote” tranquilizava meu ser. Não tenha tempo ruim! Conselhos sempre à disposição! Acolhimento sem restrição! Às vezes, quando resolvia dar uma passada na casa deles para comer, a comidinha sempre estava lá… (rs). Uma oração a tempo e fora de tempo. Uma ajuda em qualquer hora da noite. Um braço forte e um abraço. Dois também. Um olhar e um afago. Um zelo e uma repreensão, quando necessário.
Talvez você diga: “Ah irmão! Meus pais foram diferentes. Não tive o privilégio que você teve”. Para alguns, a situação é pior: não conheceram seus pais. Eu sei que tudo isso é real na vida de inúmeras pessoas, mas note que estou levando você a entender que a verdadeira estabilidade não está no nível da materialidade (um emprego, por exemplo). Ela é relacional, não material. Se você não tem mais seus pais (como eu), pense em todas as pessoas que podem encher sua vida de momentos bons. Faça da sua relação com elas um chão estável para caminharem juntos. Fazendo isso, descobrirá que sua segurança e apoio firme – nunca esteve em coisas – mas sim em pessoas.
Mas, e quando tudo parece voar pelos ares? Certamente há estações nas quais a solidão parece dominar nossos dias. Saiba que, mesmo desfrutando da estabilidade da boa relação com pais, irmãos, filhos, cônjuge e amigos, é possível que a segurança da estabilidade desses vínculos se quebre a qualquer momento, quer pelas perdas, quer pelas vicissitudes da vida.
É diante dessa dura realidade que as palavras do salmista fazem toda diferença: “Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá (Sl 27:10). Portanto, saiba que há um amparo diante dos desamparos, quer aqueles impostos pela morte dos que amamos; ou mesmo, desamparos intencionais. Não importa! A verdadeira estabilidade está na comunhão com Deus. Ele é o código-fonte da genuína segurança, quer nesta vida, quer depois dela.
Qual é o seu nível de estabilidade? É óbvio que você pode estar numa relação de emprego e se sentir seguro! Mas, não fique somente nesse nível. Avance para o nível das relações reais e afetuosas. Cerque-se de amigos. Se seus pais estão vivos, ame-os. Tem irmãos? Filhos? Cônjuge? Ame-os. E acima de tudo, relacione-se com o autor da vida através de uma vida piedosa, oração e meditação na sua Palavra. Somente nele reside a estabilidade que nos preenche totalmente. “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é escudo e broquel” (Salmos 91:4).
Clique, assista e compartilhe com quem Deus colocar no seu coração. Essa é uma das principais maneiras de você me ajudar a levar essa mensagem a diante. Mas, saiba: não será apenas eu. Fazendo isso, você também estará presente. Até a próxima.
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