
Ainda me lembro dos tempos de novo convertido e de algumas experiências marcantes. Uma delas diz respeito a um culto no qual Deus usou uma querida irmã (que já dorme no Senhor) para falar ao meu coração sobre umas ‘lutinhas’ que estava passando. Maria Firmino já era uma senhora idosa quando a conheci. Muito usada pelo Senhor, seu galardão será desfrutado com alegria. Naquele culto, de fato, meu coração estava bem triste, mas Deus que vê o oculto, a usou para consolar-me através de palavras proféticas.
Dia desses, um amigo me perguntou se eu creio que seja possível alguém manifestar os dons espirituais em sua vida sem ainda ter tido a experiência do batismo no Espírito Santo com a evidência das línguas. Sim, não tenho dúvidas! Obviamente, estou me referindo aqui ao batismo também chamado de batismo com fogo (Mt 3.11).
Talvez você que agora me lê não creia dessa forma, mas fique em paz. As línguas constituem uma experiência adicional e não é um atestado de salvação (ou para salvação). Não estou falando que uma pessoa somente passa a ter o Espírito Santo em sua vida após essa experiência. Mas, se você quer aprofundar-se nas experiências disponíveis para nós nessa dispensação da graça, esse texto pode inspirá-lo no sentido de buscar mais o Senhor e se encher do seu Espírito.
Os dons espirituais (9) podem ser divididos em 3 classes: Dons de poder, dons de revelação e dons de expressão verbal. Para alguém se “mover” no Espírito nessa última classe (profecias, dons de línguas e interpretação) vemos a importância do batismo com o Espírito Santo e com fogo, especialmente em se tratando das línguas e interpretação. Quanto à profecia – não necessariamente – haja vista que ela está associada a “falar aos homens, consolando, exortando e edificando” (1Co 14.3). Mas, é claro que as línguas podem ser associadas a uma palavra profética. Na experiência que descrevi acima, o Espírito se moveu no seu vaso, através de línguas e profecia. Mas, aqui não há regras.
Em At 10, Cornélio recebeu uma palavra de sabedoria (orientação sobrenatural) que lhe veio acompanhada da manifestação de um outro dom, a saber o DICERNIMENTO DE ESPÍRITOS que é ver na dimensão espiritual. Ele teve uma visão. Naquele tempo, ele nem era nascido de novo. Se é possível fatos como esse acontecer, imagine o que Deus não seria capaz de fazer com quem já é salvo e que vive em santidade, mesmo que não tenha “ainda” tido em sua vida a experiência das línguas de fogo…
A tese defendida por alguns que diz ser necessário o batismo com o Espírito (em primeiro lugar), faz parte de uma mentalidade religiosa que tenta estabelecer um modus operandi para Deus. Mas, como pode o criador de todas as coisas se deixar prender a um sistema do qual não possa sair! Não podemos colocar Deus numa caixa de sapatos (rs). Nosso Senhor é livre, e como nos escreveu Paulo, “um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Coríntios 12.11).
As organizações têm suas padronizações; e como psicólogo, eu sei que as pessoas têm seus repertórios comportamentais. Mas quanto ao nosso Deus, creia-me, Ele é livre, ainda que tenha seus princípios, mas isso é outra história. Princípios sim! “Receitinhas de bolo” para determinar como ele deve fazer as coisas, não. Concluindo: embora seja possível (…), a experiência nos dá conta de que, quando Deus se move na vida de um servo nos dons, sem a experiência anterior das línguas, o mesmo Deus, acaba conduzindo esse servo ao batismo com a evidência das línguas. É só questão de tempo. Mas, ainda assim, não podemos estabelecer regras e generalizar. Lembre-se: é possível orar em línguas. Rejeitá-las (como alguns fazem), é rejeitar um recurso que Deus disponibilizou para nossa própria edificação espiritual.
Celso Melo
Ipatinga / MG
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