Quando o assunto é dom, potencial e atividade artística, muitos se perguntam: “Qual é o meu dom?”. Às vezes, fazem a pergunta de forma negativa e duvidosa: “Será que tenho algum dom?”. Vejo que as pessoas (e aqui também me incluo) se comportam basicamente de três maneiras no que tange a dons, potencial, propósito e realização. Antes de listar essas três maneiras, ressalto que todos os termos que listei pertencem à mesma família e convergem para a expressão de uma determinada maestria que mesclará com a identidade da pessoa, de forma que, para ampla compreensão, eu poderia facilmente acrescentar outros vocábulos: habilidades, missão, destino, talentos, expertises etc.
Primeiramente, existem os que passam a vida inteira, e nunca ou quase nunca se perguntam se têm (ou não) algum potencial a manifestar. Simplesmente cumprem o script de vida humana comum: nascer, crescer, trabalhar, procriar (deixar sua semente…rs) e morrer. Síntese triste, mas real! Tais pessoas não se preocupam com anseios, sonhos, habilidades, propósito de vida, potencial, realização, legado; enfim, esses vocábulos não compõem sequer o pensar dessas pessoas. Quando ouvem falar de indivíduos bem sucedidos, habilidosos, geniais e criativos, dizem que, quanto a si mesmos, não tiveram chance, sorte ou oportunidades de crescimento.
Se você que agora me lê, se sente identificado nas linhas acima, saiba que eu desejo imensamente que esse pequeno texto, não somente faça cócegas em você, mas que, se transforme numa espada a perfurar seu comodismo. E se você se diz cristão, aqui faço minha oração no sentido de que espada, não somente perfure, como também produza transpasse seu apático coração. Meu Deus! Que é isso escritor? Sim, você tem que receber o impacto do que é ter o coração oco por nada realizar e nada contribuir para que através de sua vida, o nome do seu criador venha ver glorificado.
Em segundo lugar, há aqueles que, em dado momento de suas vidas, reconheceram em si mesmos alguma habilidade, fizeram alguma obra portentosa, alcançaram o reconhecimento de algumas pessoas, mas não avançaram além do sucesso inicial que tiveram. Lembre-se sempre: o dom se estagna por falta de uso e disciplina. Neles, se cumpre o princípio do poço: quando não se tira sua água, ela não se renova; o poço perde seu vigor e seca. Tais indivíduos se conformaram por estar posicionados, levemente acima da média. Aqui reside também a ilusão do sucesso inicial, como alertou certo escritor: “Cuidado para que seu mais recente sucesso não se torne seu pior inimigo.”
Por fim, há o time dos vencedores: aqueles que pescaram o cardume de suas habilidades, maximizam o potencial (reconhecido) através da disciplina, dedicação e trabalho; e por fim, impactaram o mundo com seus feitos. A motivação deles era interna o tempo todo. Fizeram de seus dons, recursos e habilidades uma forma de realização pessoal e de dar resposta ao próprio criador – fonte de todos os dons, habilidades e afeições naturais. É a Ele que cada um deverá prestar contas. Se pensarmos que naquele grande dia daremos conta simplesmente de pecados, seremos grandemente surpreendidos! O Espírito Santo – disse Jesus – convencerá o mundo do pecado, e o pecado, é não crer nele (Jo 16:9). Todo fracasso decorre dessa incredulidade básica. Portanto, não nos deixemos enganar: naquele dia teremos que dar conta do que fizemos com os nossos dons, recursos e habilidades. De quem muito recebeu, muito se pedirá. De quem pouco recebeu, pouco se pedirá. O que você tem recebido?
Celso Melo
Ipatinga / MG
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