
Se você chegar diante de qualquer atleta (um fisiculturista, por exemplo) e perguntar se ele precisa sempre treinar para obter os resultados desejados, certamente a resposta é óbvia, certo? Sim, a resposta é tão clara que eu sei que você evitaria pagar esse mico (rss). O treinamento – nas competições – não admite férias! Que tal transportar o nível dessa lógica simples para o campo espiritual? Eis aqui o meu convite sendo lançado, afinal não é à toa que Jesus perguntou: “Quando vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc 18.8).
O crescimento na fé acontece na medida de Oséias. Quem conhece o livro que ele escreveu, sabe. A exortação dele foi: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3). Ora, é natural que na medida em que formos conhecendo ao Senhor, nossa fé aumente; e isto por uma razão bem simples: nossas experiências com Ele também aumentarão a tal ponto que sequer fará sentido dizer que crermos em algumas coisas (hummm!). Teremos fatos; e contra fatos não há argumentação ou mesmo necessidade de crenças. Por exemplo: para mim não faz sentido dizer: “eu creio que Jesus cura”. Simplesmente eu sei. Depois de ver tanta gente sendo curada e de ter recebido a ação do poder curador de Deus na minha vida em vários momentos, eu sei que seu poder curador é real. Mas, não vou me aprofundar nesse tema, pois não é exatamente o foco deste devocional.
O treinamento da fé deve ser encarado como primordial, afinal ela é o elemento essencial da nossa vitória, conforme João, o discípulo amado, escreveu: “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5.4). Ouvir essa verdade do discípulo amado é altamente significativo, pois estabelece a relação entre sentir-me amado e o exercício da fé. Quem se sente amado, não tem problemas em exercitar sua fé. Com efeito, a incredulidade denuncia uma visão opaca do amor de Deus. Vemos isso acontecer na vida de muitos que são resistentes à fé. Sempre há uma treta quanto ao amor de Deus. Mas, notemos que nos evangelhos não há uma declaração aberta de Jesus dizendo que amava João de modo exclusivo ou mesmo acima dos demais discípulos. Era ele quem se sentia assim! Isso deveria ser lido, relido e novamente relido. A pergunta, portanto, é: você reconhece o amor de Deus e se sente amado por Ele?
Treinar sua fé parte da compreensão desse amor. Você precisa ler passagens que falam desse amor e colocar a si mesmo como alvo dele. Ao ler versos como o famoso Jo 3.16, coloque seu nome ali. Diga: “Porque Deus amou o(a) ‘coloque seu nome’ de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que ele(a) não pereça, mas tenha a vida eterna”. Eu digo: Porque Deus amou o Celso de tal maneira que Deus o seu filho unigênito para que ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Chamo esse processo de pessoalização das escrituras. Os salmos fornecem um ótimo exercício para isso. Tente ler na primeira pessoa. Coloque-se no lugar… sinta-se do lugar… visualize os benefícios das escrituras a seu favor. Tudo isso são práticas que alimentarão sua fé.
Ainda sobre o amor, Paulo deixa claro que ele é o acionador da fé (GL 5.6). Quem se sente amado, confia. Quem não; apenas se sente no direito de cobrar os seus direitos; não há relacionamento, senão a procura de justiça. Uma outra demonstração perfeita que une o amor à fé pode ser percebida na primeira carta de Paulo aos coríntios, quando ele, depois de listar os dons espirituais, aponta-nos o amor como sendo o caminho sobremodo excelente. Noutras palavras, devemos procurar o exercício da fé através dos dons, mas sempre trilhando o caminho do amor.
No início da minha jornada espiritual, no afã de pregar o evangelho, ficava um pouco desorientado quanto ao que pregar. Havia muitas passagens interessantes que aqueciam (e ainda aquecem) o meu coração. Não sabia por onde começar. Tinha muitas ideias. Alguém me disse: “comece falando sobre os milagres de Jesus”. Hoje, sei que realmente aqui está uma grande dica, mas principalmente quanto ao crescimento da fé. Quer que sua fé cresça? Medite no que Jesus fez. Simples assim!
Se você for como eu que gosta de analisar teorias e ideias, talvez seja tentado a ler e meditar nas falas de Jesus quase que de modo exclusivo. Mas, não reduza suas leituras dessa maneira. Leia as narrativas dos milagres. Imagine-se, estando lá. Sinta a urgência, a fragilidade e a impotência dos que precisavam de um milagre. Por fim, ame as ações de Jesus. As transformações que ele promovia. Fazendo isso, certamente sua fé será enriquecida.
Bom, amado, amado no Senhor! Vou ficando por aqui. Espero ter agregado valor na sua vida! Sendo assim, ajude-me a alcançar mais vidas, compartilhando esse trabalho. Se você quiser me escrever, será um prazer ler seu comentário. O resumo do que você leu é: para quem está começando agora e quer crescer na fé, resolve definitivamente se sentir profundamente amado por Deus e pessoalize as escrituras, colocando-se como alvo delas.
Celso Melo
Ipatinga / MG
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