Quando o sucesso é somente dinheiro

Tempo de leitura: 3 min

Escrito por Celso Melo

O materialismo é uma das propostas de felicidade mais abraçada pelas pessoas. Obviamente, se trata de uma felicidade não genuína e permanente, mas em comparação com a intelectualidade; a felicidade das boas relações; a espiritualidade e mesmo o hedonismo (prazer desenfreado), as riquezas decorrentes do dinheiro é o caminho que mais parece iludir, quando o assunto é sucesso e a tão chamada vida feliz.

Estudando esse assunto, o que expus acima não é surpresa, afinal no imaginário popular, ter sucesso passa necessariamente pela construção de riquezas e pelo acúmulo do ícone delas – o dinheiro em si. Alguns, no entanto, tem-se despertado: usam suas posses e dinheiro para a construção de algo maior. Direcionam seus recursos para uma “causa” e não se deixam corromper. Mas, se o indivíduo possui somente dinheiro, ele é pobre demais…

E há um agravante: se o indivíduo, no caminho da construção de sua riqueza, usou de uma filosofia do tipo “o fim justifica os meios”, certamente não conseguirá desfrutar em paz do que conseguiu. Salomão, escreveu: “A riqueza do pecador é depositada para o justo” (Pv 14.24). Com essa afirmação, podemos deduzir com precisão: é possível o enriquecimento sem que se siga um caminho de justiça. Mas, para o verdadeiro cristão, essa possibilidade deve estar fora de cogitação.

Certa vez, ouvi alguém dizendo que para alcançar algo que ele queria, estaria disposto a passar em cima de sua própria mãe. Hoje, fico a pensar: “Meu Deus! Será que um alto cargo numa empresa vale tanto assim!” Mas, não tem limites. Quando alguém está cego pelo materialismo, já sacrificou sua própria humanidade.

Não sou adepto da teologia da pobreza, como implicitamente pregam muitos que rejeitam a prosperidade divina. Mas, tudo tem seus limites e prioridades. A busca pela riqueza por si mesma, nunca deveria ser a prioridade de ninguém. Deveria ser resultado de uma vida de equilíbrio, trabalho honesto e sobretudo, a benção de Deus.

Mas, e se for resultado do esforço e trabalho duro? Perceba, há conquistas caras demais! Certamente, você conhece alguém que trabalhou tanto e não conseguiu acompanhar, sequer, o desenvolvimento infantil dos seus filhos. Sei que o assunto é delicado. Há pais de famílias que saem cedo e retornam tarde para seus lares. Há mães que fazem a função paterna e materna simultaneamente. Bom, pelo menos, tentam. Trabalham, trazem o sustento para os seus filhos e estão com eles – na educação secular e ensinamento religioso. Penso que há um ponto de equilíbrio que deve ser buscado; e todos aqueles que estão excedendo-se nessas práticas, sabem em seus próprios corações – a medida desse excesso. Talvez, seja o seu caso. Já foi o meu. E se agora é o seu, está na hora de repensar tudo isso; e traçar um caminho de volta… de volta para casa.

Quando alguém está na corrida do “sucesso é somente dinheiro e riqueza”, faz muitos sacrifícios. Não vejo dignidade em nenhum deles. Que dignidade há quando a família é sacrificada? Quando as boas relações não são cultivadas por falta de tempo? Quando a solidariedade é mortificada pela avareza? E mais: que dignidade há quando a própria saúde é sacrificada? Quando a honra do próprio nome é desprezada? Salomão escreveu: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro” (Provérbios 22:1). Quando o próprio nome entra em desonra, certamente um processo de cegueira espiritual aconteceu; e esse indivíduo se petrificou.

Na busca pela identidade, vemos muitos se definindo a partir de suas profissões. Embora não haja um erro em se definir por meio daquilo que se faz; ainda assim, há ressalvas a fazer, afinal o que se faz deve ser resultado de um alinhamento interno. É a partir desse alinhamento que a identidade deve ser descoberta e expressa. Mas, por que estou dizendo tudo isso? Porque nada disso se compara ao agravante de ter a identidade atrelada à riqueza material.

Alguém aí poderia colocar nos comentários o nome do Jovem Rico que perguntou a Jesus sobre o que fazer para herdar a vida eterna? Eu sei que o sobrenome dele era Rico, mas não sei o primeiro nome (rss). Nem eu, nem você. Ele passou anônimo nos evangelhos. Pense nisso!

Particularmente, sei que a vida abundante prometida por Jesus é para mim e você. Mas, o meu sucesso não será somente dinheiro. E imagino que o seu também não deva ser. Compartilhe com quem Deus colocar no seu coração. Essa é uma das principais maneiras de você me ajudar a levar essa mensagem a diante. Mas, saiba: não será apenas eu. Fazendo isso, você também estará presente. Até a próxima.

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