Apresento neste texto mais uma estratégia contra a depressão a partir da experiência do nosso Cristo. Trata-se do que considero ser uma chave mestra contra este terrível mal que é tão comum nos nossos dias. O texto já é nosso conhecido desde a chave II, mas cabe aqui uma nova leitura: “Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai Meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam carregados. E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras” ( Mt 26.44).
Jesus orou, e orou intensamente. Se você tem acompanhado as chaves que tenho apresentado como estratégias contra a depressão, sei que certamente imaginava que a oração seria incluída como uma das chaves contra ela. De fato, a oração deve ser encarada por nós como a principal arma contra todo tipo de tribulação. Mas o que me preocupa é o fato de nós cristãos orarmos bem menos do que precisamos.
Paulo nos diz que as nossas necessidades devem ser conhecidas por Deus “pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fl 4.6). Livrar-se da depressão é uma necessidade para você? Então, torne-a conhecida diante do Senhor pela sua oração. É óbvio que Deus conhece todas as nossas necessidades pela sua onisciência. Mas, Ele também deseja conhecê-las pelas nossas orações, entende? Muitos fazem pior: Não oram e vivem lastimando pelos cantos. Assim Deus conhece as necessidades dos tais pelas suas reclamações e infindáveis lástimas. Mas, que não seja assim comigo e você. Que seja pela oração, e não pelas nossas lástimas ou simplesmente pela sua onisciência.
Freud, o criador da psicanálise, sistematizou o que é chamado da cura pela palavra. Descobriu que falar de si mesmo, sem qualquer censura, possui efeitos terapêuticos, introduzindo caminhos de cura. Digo descobriu, porque ele não “inventou o princípio”, afinal a Palavra de Deus há tempos e tempos já nos introduzia diante desta realidade. O convite do salmista é para que derramemos sobre Ele, o Senhor, o nosso coração (Sl 62.8). Semelhantemente, o apóstolo Pedro nos manda lançarmos sobre o Senhor todas as nossas ansiedades (IPe5.7). Se você quer derramar e lançar sobre… deve fazê-los pela oração.
Imagine derramar a si mesmo em lágrimas, confissões, temores, rejeições, inseguranças, traumas; enfim, imagine colocar diante do Senhor, nosso terapeuta por excelência, toda nossa dor. O resultado, não poderia ser diferente: cura, alívio e pacificação. Não é sem razões portanto, que pouco a pouco, a ciência vem nos dizer o quanto o exercício da fé colabora para a saúde do homem.
Sei que a depressão é um tema complexo. Eu poderia ter avançado no entendimento de muitas outras questões que envolvem o tema, mas as chaves que apresentei constituem a essência do que vejo em Jesus quanto ao assunto da depressão e seu enfrentamento vitorioso. Que Deus te abençoe. Amém!
Celso Melo
Ipatinga /MG
Deixe um comentário