“Haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração” (Ex 17:16).
Conforme o texto de Êxodo 17, assim que os israelitas saíram do Egito rumo à terra de Canaã, tiveram que enfrentar os amalequitas. Esta batalha é muito significativa para nós hoje – a igreja do Senhor – pois também caminhamos em direção à “Canaã”, a terra prometida, conforme expressou o apóstolo Paulo aos filipenses: “Mas a nossa pátria está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” Fl 3.20. A guerra contra Amaleque começou assim que Israel saiu do Egito e se libertou das mãos de Faraó. Semelhantemente, nossa luta espiritual, se trava assim que saímos do sistema chamado mundo e somos libertos das garras do nosso inimigo, a saber, o próprio império da trevas (Cl 1.13).
Mas, quem é de fato o Amaleque contra o qual lutamos em nossa guerra espiritual? Por um lado, pela tipologia bíblica, Amaleque, à semelhança de Faraó, representa o próprio diabo que não aceita a nossa saída do seu sistema de governo – o mundo. Por isso, insistentemente ele vem para nos derrotar no intuito de fazer-nos voltar para o seu domínio onde ele nos escravizava. Por outro lado, Amaleque representa a nossa carne, a natureza pecaminosa contra a qual lutamos assim que a natureza de Cristo passa a morar em nós. Deus fez a seguinte revelação a Moisés: “haverá guerra do Senhor contra Amaleque de geração em geração” (Ex 17:16). Verdadeiramente, a guerra contra a carne é constante, e somente findará quando nosso corpo tiver sido transformado. Assim, a memória de Amaleque (nossa natureza pecaminosa) será finalmente riscada de debaixo dos céus. Mas, enquanto isto não acontece, como podemos vencer Amaleque em nosso dia a dia?
A vitória contra Amaleque somente acontece se seguirmos fielmente o exemplo do povo de Israel. Observando a estratégia que usaram, vemos Moisés orando com as mãos levantadas, tendo como ajudantes Arão, seu irmão, e Hur. Enquanto isto acontecia, Josué lutava juntamente com seus soldados, mas somente vencia na medida em que Moisés permanecia intercedendo a Deus, o que era indicado pelo levantar de suas mãos. Hoje a estratégia deve ser a mesma. Devemos usar o poder da intercessão para alcançarmos vitória sobre a carne, o mundo e Satanás; enfim, todos os nossos problemas. Na medida em que nossas mãos estiverem “erguidas” para o céu (como as mãos de Moisés), “Josué e seus soldados” estarão lutando a nosso favor.
Observando ainda a estratégia que usaram, vemos Arão e Hur sustentando as mãos de Moisés, “um duma banda, e outro da outra: assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs (Ex 17:12). Se Moisés estivesse sozinho, não teria conseguido permanecer de mãos ao alto. O mesmo ocorre conosco: sozinhos não conseguimos orar. Mas, para nossa alegria, se crermos, podemos receber ajuda, pois também temos dois ajudantes na oração. Quem são eles? Quem são estes que estão dispostos a segurar em nossas mãos? Um deles está representado por Arão, irmão de Moisés, ou seja, o próprio senhor Jesus. Ele é o primogênito de nossa família, o nosso “irmão mais velho”, com o qual somos co-herdeiros de Deus. Ele é o nosso intercessor à direita de Deus (Hb 7.25). Também é o nosso advogado para com o Pai (1Jo 2:2). Sim! Ele é um dos nossos ajudantes na oração; e é no poder de seu nome que nossas petições são atendidas.
O outro auxiliar que temos está tipificado na pessoa de Hur e trata-se do Espírito Santo. É ele quem nos dá forças e palavras durante a oração. É ele “quem nos assiste nas nossas fraquezas e intercede por nós até mesmo com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Jesus e o Espírito Santo, nossos fiéis ajudantes, sempre estão dispostos a nos ajudar nas batalhas que travamos contra os amalequitas. Não existe sequer um único ataque de Amaleque que não podemos vencer quando resolvemos orar na força do Espírito e debaixo da autoridade do nome de Jesus.
Como está Amaleque em sua vida? Está sendo derrotado diariamente? É preciso lembrar de que o seu fim – para nós – somente se dará quando nosso corpo for transformado. Embora Jesus tenha nos libertado da condenação e do poder do pecado, ainda estamos confinados a um corpo de pecado, o qual é inclinado à velha natureza irremediavelmente, ou seja, não há conversão para este corpo. Enquanto estivermos nele, “Amaleque” sempre tentará se expressar pelos nossos membros, lançando-nos fora da comunhão com o Pai. Assim, também não deve haver tréguas na nossa vida de oração. Que nossas mãos sejam erguidas todos os dias? Amém!
Celso Melo
Ipatinga /MG
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